29.10.05

 

a propósito de espuma de um post anterior

O Cavaco tem tanta espuma nos cantos da boca que, quando bebe uma imperial, se torna difícil perceber se é ele que bebe a imperial ou se é a imperial que o bebe a ele.


27.10.05

 

a alternativa

O que o homem nos pede é demasiado e muitos não estão preparados para lho dar. Muito menos para lho tirar (coisa feia), a não ser em flagrante delírio presidencial com charutos e estagiárias de relações internacionais. Uma vez no posto, o homem é inamovível. Como as lapas e as rotundas municipais.

Mas, repare-se: cinco anos a dividir por dez milhões (esqueçamos por agora os emigrantes) são apenas 16 segundos por cada português. Quem não dispensa 16 segundos de amena cavaqueira com o Aníbal? Um pouco do tempo que faz, certamente o aumento da gasolina ou talvez as possibilidades da selecção no Mundial. E, como quem não quer a coisa, cumprimentos à senhora mas tenho de ir à Loja do Cidadão antes que feche. Nem é preciso trocar números de telemóvel.

Podia começar já hoje essa oportuna ronda pelo País (não confundir com rodagem), devidamente prevista no Orçamento como "Cadeira itinerante de Finanças Públicas". Sem limites para a contratação de assessores ou mudanças de pneus - o défice aguenta. Despachado para o Portugal profundo com o mesmo respeito que nos merece o Jorge Gabriel comentador de futebol, monitorizado por GPS pela Protecção Civil, a questão ficaria arrumada. Até porque o Português, conversador nato e delicado, arrastaria a coisa até ao Natal de 2010. E assim se evitava em Janeiro que vem uma grande chatice.

Nas suas linhas gerais, o plano é perfeito. Resta um detalhe irritante: convencer o homem desse desígnio quinquenal. Mas se ele há sempre uma stripteaser russa no armário ou um calote fiscal por revelar, o que é que anda "O Independente" a fazer?

 

É d'homem!

De acordo com entrevista à "Homem Magazine" (candidatura a quanto obrigas), é isto que o candidato Aníbal quer para o país:

"Uma democracia de maior qualidade, mais desenvolvimento e justiça social, recursos humanos de elevada qualificação, boa organização do território e qualidade ambiental e um sistema de justiça eficiente. Um Portugal activo e credível na cena internacional."

Tem uma certa graça que queira isto e, ao mesmo tempo, não se canse de repetir que conhece os limites dos poderes presidenciais. Ao certo, como é que o presidente Cavaco pretende transformar o país neste paraíso? Fazendo tudo aquilo que não fez durante os dez anos em que teve realmente poder para tal, quando estava ocupado demais a permitir o compadrio e a corrupção entre os seus colegas de partido, a treinar tiques autoritários, a fechar os olhos a manifestações populares reprimidas à paulada, a regar polícias descontentes com mangueiras de pressão, a permitir que um país de betão pago com dinheiros europeus vivesse na ilusão de que o desenvolvimento se faz de inaugurações apressadas? Podia dar uma entrevista à Marie Claire e esclarecer-nos a este respeito.

 

O silêncio

Há um facto curioso na campanha para as presidenciais do próximo ano. Soares, fiel a si próprio, exprime opiniões sobre tudo e mais alguma coisa. Jerónimo de Sousa exprime opiniões até cobrir de perdigotos filas inteiras de camaradas. Francisco Louçã exprime opiniões ilustradas com leituras de recortes de jornal e mordazes tiradas em tom jocoso. Manuel Alegre exprime opiniões em verso alexandrino.

Cavaco não.

Cavaco não diz nada a não ser que seja perseguido por uma multidão de jornalistas, cercado e forçado a isso. E, mesmo assim, limita-se a dizer o mínimo essencial e fá-lo em movimento, procurando a saída mais próxima.

E porquê?

Por um motivo muito simples. Porque aprendeu nas últimas eleições a que concorreu, ou melhor, aprenderam os especialistas em marketing político que o aconselham, que quanto mais falar e mais vezes aparecer, menos votos terá. Porque, falando e aparecendo, a aura de messias economista e salvador rigoroso da pátria esbate-se e surge a triste realidade do Cavaco tiranozinho simplório de Boliqueime.

24.10.05

 

É a espuma do mar, ou o Cavaco a falar?

Algúem quer para presidente um homem que fica com espuma nos cantos da boca quando fala?!

23.10.05

 

puta é você.

Antes levar no buraco que votar Cavaco.

21.10.05

 

A outra senhora

Hoje, em declarações sobre o referendo ao aborto feitas à porta de um estabelecimento superior em que lecciona , Cavaco Silva referiu-se à Assembleia da República como "Assembleia Nacional." É terrível quando a língua nos engana desta forma.

20.10.05

 

O fim do tabu

Image hosted by Photobucket.com

Finalmente, El-Rei D. Aníbal anuncia o que já toda a gente sabia. Afinal, é mesmo candidato. Mas é só por imperativo de consciência. Por ele, até deixava passar esta oportunidade soberana para conquistar o cargo que Jorge Sampaio lhe roubou em 1996. Não se pode dizer que seja um homem que goste do poder. Para quem tem a memória mais fraca, ficou o belo cordão de seguranças e a ode de empurrões que se seguiu ao anúncio da candidatura. Talvez ajude a lembrar outros tempos.

This page is powered by Blogger. Isn't yours?