27.10.05
O silêncio
Há um facto curioso na campanha para as presidenciais do próximo ano. Soares, fiel a si próprio, exprime opiniões sobre tudo e mais alguma coisa. Jerónimo de Sousa exprime opiniões até cobrir de perdigotos filas inteiras de camaradas. Francisco Louçã exprime opiniões ilustradas com leituras de recortes de jornal e mordazes tiradas em tom jocoso. Manuel Alegre exprime opiniões em verso alexandrino.
Cavaco não.
Cavaco não diz nada a não ser que seja perseguido por uma multidão de jornalistas, cercado e forçado a isso. E, mesmo assim, limita-se a dizer o mínimo essencial e fá-lo em movimento, procurando a saída mais próxima.
E porquê?
Por um motivo muito simples. Porque aprendeu nas últimas eleições a que concorreu, ou melhor, aprenderam os especialistas em marketing político que o aconselham, que quanto mais falar e mais vezes aparecer, menos votos terá. Porque, falando e aparecendo, a aura de messias economista e salvador rigoroso da pátria esbate-se e surge a triste realidade do Cavaco tiranozinho simplório de Boliqueime.
Cavaco não.
Cavaco não diz nada a não ser que seja perseguido por uma multidão de jornalistas, cercado e forçado a isso. E, mesmo assim, limita-se a dizer o mínimo essencial e fá-lo em movimento, procurando a saída mais próxima.
E porquê?
Por um motivo muito simples. Porque aprendeu nas últimas eleições a que concorreu, ou melhor, aprenderam os especialistas em marketing político que o aconselham, que quanto mais falar e mais vezes aparecer, menos votos terá. Porque, falando e aparecendo, a aura de messias economista e salvador rigoroso da pátria esbate-se e surge a triste realidade do Cavaco tiranozinho simplório de Boliqueime.