27.10.05

 

a alternativa

O que o homem nos pede é demasiado e muitos não estão preparados para lho dar. Muito menos para lho tirar (coisa feia), a não ser em flagrante delírio presidencial com charutos e estagiárias de relações internacionais. Uma vez no posto, o homem é inamovível. Como as lapas e as rotundas municipais.

Mas, repare-se: cinco anos a dividir por dez milhões (esqueçamos por agora os emigrantes) são apenas 16 segundos por cada português. Quem não dispensa 16 segundos de amena cavaqueira com o Aníbal? Um pouco do tempo que faz, certamente o aumento da gasolina ou talvez as possibilidades da selecção no Mundial. E, como quem não quer a coisa, cumprimentos à senhora mas tenho de ir à Loja do Cidadão antes que feche. Nem é preciso trocar números de telemóvel.

Podia começar já hoje essa oportuna ronda pelo País (não confundir com rodagem), devidamente prevista no Orçamento como "Cadeira itinerante de Finanças Públicas". Sem limites para a contratação de assessores ou mudanças de pneus - o défice aguenta. Despachado para o Portugal profundo com o mesmo respeito que nos merece o Jorge Gabriel comentador de futebol, monitorizado por GPS pela Protecção Civil, a questão ficaria arrumada. Até porque o Português, conversador nato e delicado, arrastaria a coisa até ao Natal de 2010. E assim se evitava em Janeiro que vem uma grande chatice.

Nas suas linhas gerais, o plano é perfeito. Resta um detalhe irritante: convencer o homem desse desígnio quinquenal. Mas se ele há sempre uma stripteaser russa no armário ou um calote fiscal por revelar, o que é que anda "O Independente" a fazer?

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