22.11.05
Soneto de todos os cornos (adaptado)
Não lamentes, Aníbal, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Aníbal, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805). Duzentos anos depois não havia de gostar de ver cornos a reinar.
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Aníbal, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805). Duzentos anos depois não havia de gostar de ver cornos a reinar.
Comments:
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hehehehehe, gostei.
Se bem que corno é demasiado simpático para este Aníbal...
Lá diz o povo: meu grande ca**ão, tens mais cornos que um balde de caracóis!
Infelizmente, é esse mesmo povo que, numa clara demonstração de sado-masoquismo do mais preverso, vai votar na dita criatura cujo nome prefiro nem proferir!
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Se bem que corno é demasiado simpático para este Aníbal...
Lá diz o povo: meu grande ca**ão, tens mais cornos que um balde de caracóis!
Infelizmente, é esse mesmo povo que, numa clara demonstração de sado-masoquismo do mais preverso, vai votar na dita criatura cujo nome prefiro nem proferir!
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